Páginas

domingo, 27 de setembro de 2009

A Flor Gitana das Estepes

ATENÇÃO: ESSE CONTO MEU ENCONTRA-SE DEVIDAMENTE REGISTRADO EM ÓRGÃO COMPETENTE NA MINHA CIDADE

PS: Esta é uma obra de ficção, cheia de erros históricos sobre o Brasil Colônia e sobre os costumes gitanos, mas eu não sou historiadora, apenas gosto de escrever e criar um pouco, de vez em quando


A flor Gitana das Estepes, conto escrito por mim


(Este conto é dedicado à cigana Manuela)



O vento frio soprava sobre aquelas paragens. Anoitecia. Aqui e acolá ouviam-se piados de pássaros noturnos e a Lua Cheia estava escondida entre as nuvens, apenas parte de seu brilho iluminava aquele campo. Agachada sobre uma cova rasa, uma linda mulher – Hamanndah era seu nome – cigana russa, mirava o que dizia uma tábua, toscamente identificando quem jazia naquele pedaço de chão:



Hiago Valdowsk Ivanovski – 07/09/1583 – 26/11/1624



Hamanndah olhava para o céu coberto de nuvens, com o coração cheio de dor e revolta, perguntando-se porque Deus havia tirado seu bem amado da sua vida.



Ela começou a se recordar de como tudo começou.....



II



Era um lindo dia de verão na Rússia, perto dos Urais, as tendas multicoloridas do acampamento cigano estavam agitadas pelo vento que soprava nessa estação amena do ano... A cigana Wlanasha estava costurando roupas da sua família e logo mais se juntaria às outras para ajudar na fiação de lã das ovelhas, enquanto aguardavam os homens, que foram à cidade para comercializar seus artesanatos.



De repente, ouviu um barulho de algazarra de crianças e viu sua filha, Hamanndah, florescente nos seus 9 anos, correr atrás de seu grande amiguinho Wladimir, verdadeiro escravo da pequena tirana, eis que são prometidos desde a tenra idade



A mãe franziu o cenho e com rispidez disse à menina



“Hamanndah, já não falei que não convém brincar com garotos, agitando-se e sujando suas belas roupas? Wladimir já é um rapazinho, breve começará a ajudar ao pai em seus serviços, para tornar-se um cigano útil, logo vocês se casarão, deverão tratar-se respeitosamente e com certo distanciamento, até vocês crescerem.



Hamanndah ouvia pensativa a palavra da mãe. Olhou para seu amiguinho, que já se afastava, lançando um olhar apaixonado para ela. Ela gostava muito dele, mas era como um irmãozinho, seu coração se apertava porque sabia que não queria Wlad para marido, mas era uma cigana e uma cigana deveria obedecer aos mais velhos – como o velho Kaku da aldeia – e aos pais, posteriormente ao futuro marido.



Ela agora estava mexendo na grama, arrancando com seus pequenos dedos pequenos tufos, tentando afastar esses pensamentos e seus belos olhos azuis contemplavam a vida à sua volta, sua mãe e as velhas ciganas do acampamento, com o coração cheio de rebeldia......



III



É uma noite de festa no acampamento. Vários homens tocavam seus instrumentos musicais enquanto uma bela cigana, de seus quinze anos, dançava, esvoaçando seus lindos vestidos…



Hamanndah.... Hamanndah... Hamanndah



A jovem ria e zombava dos seus admiradores, sob os olhares ardentes de Wladimir. Era já um homem feito e valente com seus 19 anos, eles se casarão dentro de pouco tempo e uma linda festa está sendo preparada pelos seus familiares...



Wladimir se aproxima da sua prometida e entra na roda da dança, onde agora bailam juntos, sendo aplaudidos pelas pessoas presentes....



A fogueira parou de arder e agora Hamanndah permanece quieta olhando o fogo extinguindo-se, meditando no seu casamento vindouro



Lágrimas descem do seu rosto. Em seu coração esconde um segredo de um amor proibido por outro cigano, a que seus pais não aprovariam o casamento. O cigano Hiago ocupava seus pensamentos e, certa vez, deu-lhe uma rosa, escondido de outros olhares e agora ela se lembrava da declaração de amor do seu preferido, confirmando ao seu coração que era amada, docemente amada.



Ela não viu Wladimir se aproximar dela, sorrateiro



- Por que choras Hamanndah? Acaso não estás feliz com o nosso enlace próximo? Ele aproximou-se e, ousadamente, premiu um beijo em suas mãos.



- Não, Wladimir, não devemos tocar-nos antes de nos casarmos, sou uma jovem honesta e honro a tradição de nossos antepassados.



O moço lançou-lhe um olhar cheio de ironia e provocou-a, desdenhoso e despeitado



- Bastante prática essa sua desculpa melindrada que me impede de me aproximar de você.. Seus pudores, porém, não foram suficientes para rejeitar a aproximação do cigano Hiago. Sei que ele a admira, cale-se, saiba que será minha e de mais ninguém, Hamanndah, não ouse me trair....



E partiu a galope......



IV





Começou os preparativos para a festa de Santa Sarah Kalil. Hamanndah trabalhava com as mulheres preparando as bebidas e comidas, breve haveria a festa do seu casamento com Wladimir e, cada dia mais, era visível a tristeza em suas feições.



O Kaku mandou chamá-la para conversar. Ela, então, abriu o seu coração. O velho era sábio e conhecia tanto a Hamanndah, quanto a Wladimir e a Hiago desde crianças, e o jovem também o procurara, angustiado, para desabafar quanto ao impedimento de ficar com a sua mulher amada.



O Kaku conversou com os pais da jovem, os pais de Wladimir e os pais de Hiago longamente, sobre os sofrimentos morais dos dois jovens, não foi uma conversa fácil, principalmente para Wladimir, que não se conformava em perder a primazia das suas afeições no coração de Hamanndah. Em vão, seus pais e amigos tentaram demovê-lo dos seus sentimentos de ódio e vingança. Acenaram para uma possibilidade de casamento vantajosa com uma cigana de um acampamento distante, Magdaleine, cujo pai trabalha com comercio marítimo e desejaria vê-lo filiado à sua casa



No final, a alegria e a felicidade do casal Hamanndah e Hiago venceram e, apesar da raridade da situação, o acordo selado entre os pais de Hamanndah e Wladimir para o casamento dos dois foi rompido, não sem votos de protesto da segunda família, especialmente do noivo repudiado......



V



Hamanndah é uma linda noiva, vestida toda de vermelho, as pessoas à sua volta festejam o seu casamento. Ela dança, mostrando toda a sua fenomenal beleza às moças invejosas por vê-la feliz com um cigano tão apaixonado.



Nem tudo são alegria e júbilo entre os presentes. Um cigano a tudo assiste com os olhos nublados e uma dor mal pisada... Wladimir tem o coração em chaga, magoado pela cigana prometida desde a infância, que lhe confessara que o amava como a um irmão. Ele está acompanhado de uma garrafa de vodka e pensamentos mórbidos lhe vêm à cabeça.



No meio da alegria reinante, eis que ele se aproxima da roda e, coração cheio de fel e rancor, começa a tecer vaticínios ao novel casal:



“Hamanndah e Hiago, vocês se casaram, mas não serão felizes por muito tempo juntos... Hamanndah, você é uma mulher cruel, que não se peja em demonstrar a sua alegria e preferência com Hiago logo tão perto de mim,,, deixe-me falar, você diz que me ama como a um irmão, você deveria ter confessado isso a mim há muito tempo... você me traiu, Hamanndah e saiba que esse sofrimento atroz que você me causou será extinto... Você disse que sente muito carinho por mim, é mentira, mente, quem ama uma pessoa não a engana como você me enganou... depois que você perder Hiago, conhecerá o que é solidão...”



“Wladimir, responde Hamanndah em lágrimas, você sempre me foi caro ao coração e, acredite-me, lutei muito para vencer os meus sentimentos por Hiago, não queria romper o nosso casamento e uma luta muito grande tomava o meu espírito....”



“Cale-se, Hamanndah, você me magoou no mais fundo do meu coração, não há justificativa para o que você fez”



O rapaz torturado em seu coração foi embora, deixando o casal de noivos em amargas meditações que não duraram mais do que uma dança e um copo de vinho de qualidade... Apesar da alegria reinante, Hamanndah não pôde se furtar à sensação desagradável de ter magoado seu amigo de infância, a quem ela sempre enxergou como irmão.



VI



O tempo passa.....



Hamanndah agora tem dois filhos com o seu grande amor.... O cigano Wladimir acaba se casando com Magdaleine, porém, ainda lembra com sentimento de Hamanndah e sente que ainda magoa o seu repúdio, porém, nada pode fazer para separar o casal....Os filhos nasceram, a sua companheira o amava, e a nuvem do tempo logo tratou de sepultar esses sentimentos negativos.....Wladimir e Hamanndah são como almas irmãs, não estão destinados à união sexual sagrada das Almas Gêmeas perfeitas.



Os tempos são difíceis para os ciganos, são desacreditados e perseguidos por todos, os grandes latifundiários os acusam quando advêm perdas agrícolas e pecuárias, como se fossem ladrões sem conceito.



Uma denúncia anônima atinge Hiago, que passa a ser ameaçado por um fazendeiro rico que, ajudado por autoridades com pouca idoneidade moral, consegue lhe confiscar parte dos bens , amealhados honestamente com seu trabalho, deixando-o e a Hamanndah em uma situação difícil.



As famílias de ambos conseguem ajudá-los a reconstruir suas vidas, o tesouro em jóias que os pais de Hiago ofereceram à família de Hamanndah quando do seu enlace agora é valoroso aliado para o recomeço de suas novas vidas.



Eles partem, num inverno rigoroso, para o Oeste, para uma terra distante, onde pretendem viver humildemente, porém escondendo sua condição de ciganos, de que tanto se orgulhavam, em uma existência acanhada, mas com dignidade



VII



Aos poucos, com o grande amor que os unem, Hamanndah e Hiago conseguem construir sua nova vida, numa terra quente e abrasada pelo sol, e também com muito preconceito e perseguição religiosa, a Espanha



Eles adquirem uma gleba de terra e conseguem manter sua sobrevivência plantando e criando pequenos animais. São muito felizes, perderam muito materialmente, mas vivem sossegados e tranqüilos.



Hamanndah vê as perseguições a que seus irmãos ciganos são submetidos nesse País, devido à Igreja poderosa, que pilha as propriedades dos ciganos, antes de submeterem-os à tortura e à morte ignominiosa.



Os ciganos e muitas pessoas simples como curandeiros são perseguidos exaustivamente por essa sanha religiosa e hipócrita, atendendo às razões bem pouco nobres do que louvar e defender o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.



Hamanndah e Hiago começam a freqüentar as Igrejas, para não parecerem suspeitos, e Hamanndah mantém, escondido em sua casa, o culto á Santa Sara Kalil e seus ícones religiosos.



VIII

Certo dia, voltando de uma longa viagem a uma feira, onde foram vendidos seus produtos agrícolas e animais, o casal se depara com uma cena que constrangeu o seu coração de cigano. Uma jovem é perseguida por um grupo de pessoas...



“Peguem a cigana.... herege..... para a fogueira.... fogueira a herege.....” a jovem fugia daquela turba e, rapidamente, o casal esconde-se numa clareira perto. A cigana aproxima-se, correndo esbaforida, até que eles ficam na sua área de visão.



Hiago, mais do que rápido, arrebata-a e a conduz à carroça atrelada a uma árvore, sendo que silenciosamente escondem a moça sob a mesma.



Quando finalmente se encontram em segurança, na sua casa, a cigana se apresenta, diz que é uma dançarina da Andaluzia e uma cigana andarilha que ganha à vida conhecendo o destino das pessoas pelas mãos e cartas, além de curar doenças pouco difíceis de diagnosticar.



O casal a acalma o quanto é possível e oferecem guarida em sua casa, até que possa partir em segurança, rumo a seu destino. Com o tempo, estreita-se a amizade entre Hamanndah e Manuela – o nome da cigana, tornando-se cúmplices e confidentes uma da outra, principalmente depois que Manuela consegue combater uma febre alta que atacou o seu filho mais novo, Shandon.



IX





Certo dia, Hamanndah encontrou Manuela chorando e quis saber do motivo:



“Eu tenho que partir, meu lugar é no mundo, mas eu vou sentir falta de vocês, muita falta”



Hamanndah sentiu o coração desmoronar com essa revelação



“Manuela, você se tornou a minha melhor amiga, não vá embora, podemos morar todos juntos aqui. Você está vendo meus filhos crescerem”



Logo, estavam nos braços uma da outra, num caloroso abraço de despedida... Não houve muito mais o que falar.....



“Manuela, será que haveremos de nos reencontrar um dia?”



“Hamanndah, deixe a resposta ao destino. Em algum momento de dificuldade que surgir em seu destino no futuro, eu estarei por perto para poder ajudá-la, da minha melhor maneira possível.



X



O tempo passou. Sempre que é possível, o casal de ciganos ajuda as pessoas perseguidas pela Inquisição, judeus, ciganos, magos ocultistas e Hamanndah, muitas vezes, adquire conhecimentos de vulto sobre os mais diversos assuntos ditos proibidos de serem estudados, naquela época negra de ignorância.



O ano de 1624 nasce sob maus augúrios. A Inglaterra está belicosa com Felipe, Rei de Portugal com o título de Felipe III e Rei da Espanha com o título de Felipe IV, pois na época Portugal estava sob o domínio da Espanha, assim como todas as suas colônias. O jovem rei, mal tendo completado 19 anos, sente-se impotente ante o poderio daquela Nação, que declarou guerra em 10/03 daquele ano, porém não desiste, ele e seu nobre povo, de lutar.



Felipe ainda enfrenta a invasão holandesa à colônia portuguesa na América, tendo aportado, em 29/03/1624, uma Esquadra luso-espanhola naquela terra distante, para ajudar, juntamente com os nativos, a expulsar os invasores, porém ainda consumirá muitos meses para conseguirem o intento.



Hamanndah e Hiago tiveram um desejo de emigrar para essa colônia, onde certamente eles teriam maior liberdade para viverem, sem o medo de serem traídos em suas origens. Com o País em guerra e a sua precária situação nessa terra distante, Hiago acariciou a idéia de aliar-se aos mercenários, entre soldados e homens do povo, que partiram para a colônia portuguesa, no intuito de expulsarem o exército holandês.



Assim pensou, assim agiu.



XI



Hamanndah teve medo de sair de um lugar onde encontrou acolhimento e esquecimento de suas origens, mas, ao mesmo tempo, enxergou nisso a possibilidade de poder ter mais liberdade de assumir a sua condição de cigana, uma vez que o novo País – (na verdade, não um País, e sim um monte de capitanias separadas entre si, ainda sem uma unificação, o que só ocorreria dois séculos depois, com a vinda da família real de Portugal) não possuía um tribunal inquisidor naquele tempo, porém, a Igreja era muito forte e temida, e os ciganos, apesar de mal vistos, eram menos vigiados , ainda que sejam desdenhosamente tratados, existindo uma relativa liberdade para ambos, principalmente essas pessoas malvistas e evitadas, como esse desditoso casal estrangeiro.



Hiago acaba impondo a sua decisão....



Os meses passam e a guerra pela recuperação do solo brasileiro continua...Hiago é um dos que combatem os invasores, na quente cidade de São Salvador, a capital da Colônia onde, aliás, a Esquadra luso-espanhola aportou, conforme foi dito anteriormente.

Eles encontram dificuldades financeiras de vulto, porém, como dominam o espanhol, a princípio conseguem se comunicar, com alguma dificuldade, com os nativos do local, porém, logo a filha mais velha do casal – Rajka – foge com um ex-escravo para as Minas Gerais. O casal nunca mais se recuperará do golpe, ainda que guarde um sentimento de amor pela jovem fugitiva, em suas orações aos seus antepassados e à devoção à Santa Sarah Kali.

XII

Hiago é ferido e adquire perniciosa enfermidade. Hamanndah agora se sente sozinha, com medo, sem poder ajudar o seu bem amado que, a cada dia, declina a olhos vistos.



Shandon agora toma conta de sua mãe e de seu pai. Ele trabalha como artífice e o pouco dinheiro que consegue, juntamente com as roupas das madames finas de São Salvador, lavadas caprichosamente por Hamanndah, conseguem o pão de cada dia e uma vida modesta.



Mas o destino se impõe e, num dia de Novembro, eis que Hiago desencarna.... Hamanndah é uma sombra de dor.



XIII



Hamanndah agora está de volta ao momento presente, em meio às suas recordações de toda a sua vida, desde que era uma cigana inocente nas distantes estepes russas até esta terra estrangeira, aonde veio a perder o seu bem amado.



A noite agora torna-se mais sombria e fechada. Em vão, Shandon tenta reanimar a sua mãe, porém ela é só estupor e solidão...Uma solidão amarga, parece que mais nenhuma pessoa poderá lhe fazer companhia, em sua dor egoísta esquece-se até do filho.



Ela finalmente volta para casa, mas a mulher que deixou aquela sepultura é outra pessoa, a metade da sua alma ficou naquele humilde cemitério e ela sente que levará muitos anos para se sentir inteira de novo.



Em vão o seu prestimoso filho tenta demovê-la de tenaz depressão que, pouco a pouco, a isola do mundo. Alguns meses se passaram e ela foi definhando cada vez mais, até que numa noite de Outono, após ela pegar uma séria infecção nos pulmões, debilitados pelos poucos cuidados com que Hamanndah começou a tratar da sua saúde, após a partida do seu bem amado, ela vem a desencarnar, no rosto uma expressão de felicidade, como se no seu momento derradeiro tivesse reencontrado o seu grande amor, o homem que a amará eternamente.



Hamanndah : Kiev – 21/12/1588 * São Salvador – 30/04/1625 +




Uma pena que Hamanndah tenha se entregado à solidão e à tristeza. Ela bem que poderia viver mais tempo, criando os netos, olhando para cima e para frente, sentindo gratidão pelo passado, pelo tempo em que passou com o bem amado Hiago e tendo esperanças para o futuro, no tempo em que haveria de encontrar seu grande amor

Amar e ser amado é tudo de bom. Não existe separação entre dois corações que se querem sincera e ternamente.!
 


Um comentário:

  1. por vezes,na vida que nos é dado viver, sentimos saudades de um outro tempo, por vezes tão longínquo, que apenas adivinhamos.
    li a história de hamanndah e hiago, bela como as histórias de um amor que não conhece medidas.

    um abraço da Humana e marradinhas da bicharada do "pequeno jardim"

    ResponderExcluir

E aí, gente, o que acharam? Ah, habilitei para anônimos de novo, então, favor, manter o nível!!

Veja o meu perfil

Minha foto
Brazil
Mão Cósmica Azul, Kin 247, Reikiana e uma pessoa legal, um ser humano no processo de evolução,como, aliás, todos somos...

Ame-se!!

Ame-se!!
Vigilantes da Auto Estima

Revista Andros para mulherada

Revista Andros para mulherada
proibido para choronas bobocas

Sigam-me os bons! e, até, os não tão bons