Na interpretação literal, dentro das sete sílabas Namu-myou-hou-ren-gue-kyou, as duas sílabas "Myou-Hou" são as mais importantes. O prefixo "Namu" representa a promessa de plena devoção ao que vem depois, ou seja, Myouhourenguekyou.
Gohonzon "Nam-Myoho-Rengue-Kyo" dos Oito Primeiros Capítulos do Caminho Primordial do Sutra Lótus, transmitido pelo Jyougyou Bossatsu. [3]
Nam - é a transição fonética da palavra em sânscrito que significa "Ofereço a minha vida" (Kimyou), ou seja, ofereço minha devoção de corpo e alma. É pela fé que oferecemos a mais pura e mútua relação que existe entre nós e o Darma.
Em outras palavras, "Nam" é uma declaração em que não só nos oferecemos como também prometemos devotar unicamente o único Darma Namumyouhourenguekyou.
Myo - Místico, maravilhoso, inefável. Significa algo que está totalmente além da nossa capacidade de compreensão e imaginação. É um adjetivo que magnífica o "Hou" (Darma), ou seja, todo o conteúdo da pregação do Sutra Lótus, o Darma como um todo é adjetivado pelo Myou. Por isso que se enfatiza o fato de que a compreensão ocorre pela incorporação, pela prática da oração, não através da intelectualidade.
Ho - Darma, Lei Universal. É a mais pura e forte energia que compõem e rege o cosmos. Conforme o Sutra Lótus, é maravilhoso porque possui o poder de, pela fé, salvar sem restrições todos os tipos de seres, sejam humanos, animais ou da natureza. Toda a existência do universo é interdependente e nada escapa da salvação e área de abrangência deste "Darma Sagrado Namu-myou-hou-rengue-kyou". Em outras palavras é único o Darma que representa tudo como uma verdadeira unidade que é, sem qualquer tipo de segregação.
Rengue - ao pé da letra é "Flor de Lótus". Como é sabido, a flor de lótus enraíza na lama e desabrocha uma flor tão branca que chega a representar o branco mais puro do mundo. No caso da Flor de Lótus de um país quente como a Índia, a circunferência da flor é grande e quando desabrocha, chega a fazer um estalo. Habitar numa circunstância tão "suja" (adversa) e desabrochar um branco tão puro, representa como devemos viver nesse mundo sem desmerecê-lo ou desejar abandoná-lo. Ou seja, sem cair na tentação, resistir ao mal, sem se macular às circunstâncias e adversidades e ao mesmo tempo se fortalecendo por elas. Dessa forma podemos sim desabrochar, concretizar a iluminação e sermos felizes. Quem vive dessa maneira é o Bodhisattva (Bossatsu, ser altruísta) e portanto, "Rengue" está representando o modo de vida de um verdadeiro Bossatsu. O "Myouhou" maravilhoso Darma é o caminho o qual o Bodhisattva, aquele que almeja a iluminação, segue fielmente. Porque o Darma Namumyouhourenguekyou foi pregado para o Bossatsu e todo ser que deseja a iluminação e plena felicidade. Rengue ainda possui o seguinte significado. Se abrirmos a flor (é claro que já desabrochada) e observarmos ela por dentro, veremos a sua base central, ali onde fica o pólen etc. Se observarmos mais ainda veremos que ali já encontra-se uma pequena semente para o próximo fruto (flor). Ou seja, dentro do efeito (flor), já se encontra a causa para o próximo efeito. Isso é chamado de causa e efeito simultâneo. Se exemplificarmos a flor de Lótus na iluminação de Buda, a causa e semente então representa também a sua identidade salvadora, na verdade o que gera verdadeiramente um Buda. Em outras palavras, isso representa a unicidade de Buda e todos os seres que o Myouhou incorpora num só Darma. Que representa todos os seres e que ao mesmo tempo é de todos os seres. "Rengue" é um figurativo perfeito e inseparável do Myouhourenguekyou.
Kyo - ao pé da letra significa "Linha Vertical" (o exemplo são as malhas de um tecido malhado, composto pelo cruzamento de fiadas verticais e horizontais de linhas). Tal como as linhas de latitude ou outras, todos servem como instrumentos de medição, representam uma unidade de medida. O "Kyou" está representando uma linha, uma unidade que representa a verdade e que transcende aos tempos de modo inalterável. Kyou também significa "Sutra", aqui em específico o Sutra Lótus, onde constam as palavras douradas de Buda que seguimos e não se alteram com o passar dos tempos.
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E aí, gente, o que acharam? Ah, habilitei para anônimos de novo, então, favor, manter o nível!!